30 de maio de 2011

CREATINA - TUDO QUE VOCÊ PRECISA SABER......


      

CREATINA HEALTH LABS
                                                                                                                             100GR
                                                                                                                             R$30,00


CREATINA  MIDWAY
                                                                        100GR E 200GR
                                                                       R$30,00/R$39,00



Creatina (100g) ProbioticaPROBIÓTICA 
                                                                                                             100gr
                                                                                                          R$35,00



CREATINA UNIVERSAL 
                                                                                                                                                  200gr
                                                                                                                                               R$ 67,00



CREATINA INTEGRAL MÉDICA 
                                                                                                                                   100gr e 300gr
                                                                                                                             R$35,00/R$65,00
O objetivo deste trabalho, foi realizar uma análise do fenômeno de consumo da creatina pelos atletas e aperfeiçoados ao treinamento físico, da necessidade ou não do seu uso e, se possível, das conseqüências desta prática. Para alcançar este objetivo foi necessário estudar as relações entre os sistemas energéticos musculares bem como a sua regulação. Foi preciso também estudar o ciclo da creatina, sua origem endógena, sua metabolização e sua conversão em creatina fosfato. Usamos da metodologia bibliográfica para coletar informações sobre o assunto em questão, utilizando livros e artigos de revistas especializadas. Esta pesquisa nos levou ás seguintes conclusões: a suplementação de creatina na dieta leva ao aumento dos níveis de fosfocreatina muscular em humanos ,entretanto novos experimentos terão que ser realizados, uma vez que a suplementação com creatina interfere com a regulação de vias metabólicas.
Palavras-chave: Creatina, metabolismo, suplementação
A creatina é um composto orgânico derivado de aminoácidos. Uma vez dentro das células, é convertida em fosfocreatina e utilizada como reserva de energia, principalmente nas células do músculo esquelético. Nos últimos anos contudo, este composto tem sido  usado na dieta, com o objetivo de melhorar a performance e aumentar a massa muscular.  A ingestão de grandes quantidades de creatina, sem a conclusão de estudos que comprovem os benefício reais ou ainda, a ausência de  riscos á saúde, é no mínimo temerária. A prática de atividade física tornou-se uma constante em nossos  tempos, sendo observada  nas mais diversas camadas da sociedade e nas mais variadas faixas etárias. Esta posição de destaque, por sua vez, faz crescer ainda mais o número de interessados na prática destas  atividades. é claro que isto vem gerando, cada vez mais, um culto ao físico. Principalmente entre os jovens, a valorização de um corpo atlético gera, muitas vezes, a necessidade de lançar mão de todo e qualquer recurso disponível para ter uma boa aparência e uma boa performance.
Acredita-se, que certas substâncias possam fazer com que o organismo responda com uma  maior  velocidade, diminuindo o tempo e o esforço necessários para se chegar ao resultado final ,a melhor forma física.Uma destas substâncias é a creatina. Segundo Mujika & Padilla(1997) a creatina é "um suplemento muito popular  entre praticantes de vários esportes e principalmente frequentadores de academias de ginástica, onde os maiores consumidores são os praticantes da musculação, que tomam esse suplemento mas não sabem nem ao menos para que serve".
O que nos levou a propor estudar a creatina foi o fato de termos observado o quase total desconhecimento que, pessoas do nosso círculo, na sua maioria jovens, usuários da creatina têm sobre esta substância. Alguns a imaginam o "viagra do esportista" outros a julgam totalmente inócua. Nós mesmos, ao sermos abordados sobre o assunto, constatamos a nossa ignorância. A partir daí, começamos a colher informações e nosdeparamos com as mais divergentes opiniões., resolvemos, fazer deste ,o tema da nossa monografia a qual deu origem a esse artigo.
Os seres vivos, entre eles o homem, se caracterizam por essa complexa capacidade de converter diferentes tipos de energia presentes no ambiente, mas somente a energia química presente nas moléculas que compõem nossa dieta alimentar podem ser utilizadas como uma fonte de energia corporal.
Dependendo da intensidade e da duração do exercício, assim como da aptidão do participante, as relações dos sistemas corporais para a transferência de energia diferem acentuadamente. Entre esses sistemas podemos destacar: o sistema fosfagênico, que inclui o ATP e a fosfocreatina; sistema do glicogênio-ácido lático e sistema aeróbico.

METABOLISMO DA CREATINA

Uma das fontes da creatina é a endógena. Existe um aparato enzimático capaz de sintetizar a creatina a partir de unidade de aminoácidos: glicina, L-arginina e metionina. Outra fonte é a dieta, através da qual a creatina pode ser obtida pelo homem. Peixe, carne e outros produtos animais são boas fontes de creatina, enquanto que somente insignificante quantidade pode ser obtida em alguns vegetais (McArdle,1992).
A etapa limitante da biossíntese endógena é a reação catalisada pela enzima AGAT, através de um sistema de retroalimentação realizado pelo produto final, desta creatina possuir origem endógena ou exógena. O sistema de biossíntese é capaz de suprir 100% das necessidades de creatina de um indivíduo saudável em condições normais,(MacGuire et al 1994).
Não há síntese de creatina pela célula muscular, sendo que a concentração intracelular de creatina depende de um balanço entre influxo e efluxo da creatina .
A absorção muscular da creatina ocorre graças a um processo saturável de transporte sódio dependente de alta afinidade e baixo Km. Sendo este capaz de gerar uma concentração intracelular de creatina in vivo de cerca de 300 vezes a concentração extracelular(Wallimam et al 1992).
Outros estudos demonstram que há um limite para a concentração total de creatina no músculo esquelético humano de cerca de 150 a 160 mmol/kg de músculo seco. Há uma regulação dos níveis de creatina intramuscular que fisiologicamente independe da concentração plasmática da creatina(Guimbal et al 1993).
Uma fração constante diária de creatina (1,1%) e fosfocreatina (2,6%) é convertida por um processo não enzimático em creatinina (representa 1,7% dopool total de creatina). A creatinina é excretada pela via renal. Além da existência da conversão expontânea de creatina em creatinina existe também a possibilidade da conversão enzimática. Cerca de 20 a 25% da conversão de fosfocreatina em creatinina pode ocorrer catalisada pela enzima fosforilcreatinina(Horn et al 1998).
Uma vez dentro da célula a creatina é fosforilada a fosfocreatina durante o repouso pela enzima creatina quinase. Esta enzima possui as seguintes funções: criar um reservatório energético prontamente disponível; promove um sistema de transporte de energia, onde a fosfocreatina seria um carreador de energia; previne um aumento do ADP livre intracelular; criar um reservatório de prótons, permite sinalização para início da glicogenólise no exercício e supre sítios subcelulares com taxas apropriadas de ATP/ADP (Stryer, 1995)

SUPLEMENTAÇÃO DA CREATINA

A suplementação de creatina monohidratada por via oral definitivamente é capaz de elevar os níveis plasmáticos de creatina. Valores basais são relatados numa faixa de 25-75µM, podendo se elevar para cerca de 800µM com o uso de 5g, e de 1000µM com o uso de 5g a cada 2 horas(Harris et al 1992).
Estudos em humanos, animais de laboratório e culturas de células resultam em dados que indicam que há uma regulação dos níveis de creatina intramuscular que fisiologicamente independe da concentração plasmática da creatina. Isso ocorre por um sistema de down regulation desencadeado por alterações da concentração plasmática de creatina, que resulta em diminuição da atividade e número desses transportadores. Isso decorre de um processo indireto envolvendo a síntese de outras proteínas inibitórias intermediárias.
Autores como , Wiss et al (1994), Odland et al (1994),Balson et al (1999) e Bergstrom et al (1966), observaram grandes elevações abruptas nos níveis de creatina plasmática, em geral estudos de 5 dias de duração, podem acarretar em aumento das concentrações de creatina intramuscular dentro de uma faixa limite de até 150 - 160 mmol/kg de músculo seco; no entanto cronicamente, como estudos de suplementação por 40 dias ou de 48 horas em culturas de células, os processos de retroalimentação da biossíntese endógena e de down regulation dos transportadores musculares conseguem normalizar as concentrações de creatina para próximas as fisiológicas. Outros autores como Loike et al (1988) contestam a possibilidade de elevação aguda da creatina intramuscular ocorra, demonstrando não haver elevação da fosfocreatina intramuscular após suplementação oral com creatina em curto espaço de tempo.
A ingestão de creatina num prazo de menor de 7 dias são acompanhadas por rápidos aumentos da massa muscular. No entanto este aumento "mágico" de peso pode ser explicado pela retenção hídrica intracelular. Estudos comprovam esta hipótese demonstrando que se observa um declínio do volume urinário após início da suplementação oral de creatina (Mujika & Padilla, 1997).
Segundo os experimentos de Green et al (1996), a ingestão de carboidratos  aumenta  a concentração  plasmática e muscular  de creatina, como podemos observar  no gráfico abaixo.
(CP: creatina fosfato; C: creatina livre; CT: creatina total)
A crença de que o uso de creatina como suplemento alimentar objetivando aumento da massa muscular em poucos dias pode ser falsa, pois o processo de hipertrofia depende da produção de muitos outros componentes celulares, que só irão ser produzidos se os fatores genéticos e hormonais estiverem relacionados. Uma possível retenção hídrica causada pela suplementação dietética de creatina pode levar a falsa idéia de rápida hipertrofia muscular (Odoom et al 1996).
Quanto a avaliação da performance estudos demonstram que a suplementação de creatina 5g, quatro vezes ao dia por 5 dias não interfere em exercícios físicos de alta intensidade e curta duração, demonstrando que os parâmetros que avaliam esse tipo de exercício não se alteram, assim como não interfere na fadiga ou pico de força;  em indivíduos treinados e não treinados (Cooke et al (1995).
Entretanto outros autores com Harris et al (1992), relata aumento do trabalho muscular total, assim como das concentrações intramusculares de creatina utilizando o mesmo esquema de suplementação de creatina por 5 dias, entretanto mesmo estes autores não conseguiram correlação significante entre o aumento da produção de trabalho e níveis de fosfocreatina intramuscular.
Diferença entre as fibras musculares tipo I e tipo II também foram detectadas como a possível causa dos resultados conflitantes entre os estudos publicados, ou diferenças individuais entre indivíduos participantes de um mesmo estudo. Achados sugerem que a suplementação com creatina poderia resultar em um aumento de concentração de fosfocreatina nas fibras tipo II e este fenômeno poderia estar relacionado ao aumento da performance no exercício, com o tempo de experimento mais prolongado(Engelhardadt et al 1998).
Segundo Mujika & Padilla (1997)após revisar  vários artigos, sugere que um aumento da creatina plasmática poderia ser mantido com uma ingestão diária de 2g de creatina. Porém o músculo esquelético humano tem um limite de concentração total de creatina de cerca de 150 - 160 mmol/kg de músculo seco. Assim, indivíduos não treinados poderiam ter algum benefício com elevação dos níveis de creatina intramuscular, visto que suas fibras musculares possuem concentrações menores de creatina, e assim mais distantes dos limites máximos apontados. No entanto atletas, com fibras musculares hipertrofiadas, já possuem um aumento fisiológico da creatina presente nas fibras musculares, neste caso a revisão de diversos estudos sugere que não existe nenhum ganho com a suplementação de creatina oral pois o atleta já alcançou um limiar intracelular. No entanto isso pode ser o indício de que a manutenção de altos níveis de concentracão do produto  podem levar ao melhor rendimento como podemos observar no experimento  de Volek et al (1999) como segue.
Efeitos da Suplementação de creatina  nas fibras musculares:
N=19 homens treinados
Creatina ou placebo 25g/dia 1 sem. 5g/dia por 11 se;
Treinamento de resistência/força por 12 semanas;
Maior (CT) e ganho de força no grupo  que ingeriu creatina.
       Tabela 3
 
Creatina
(%)
Placebo
(%)
Massa corporal
6.3
3.6
Massa magra
6.3
3.1
Fibra Tipo I
35
11
Fibra Tipo IIa
36
15
Fibra Tipo IIb
29
8
Mesmo os indivíduos sedentários com uso agudo da suplementação de creatina teriam um benefício limitado. Espera-se apenas auxílio na execução de exercícios de repetição de alta intensidade e durante esportes de competição com necessidades de esforços de arranque como futebol ,Atletismoefeito este ainda restrito a um curto espaço de tempo, pois trabalhos com um uso maior de 30 dias da suplementação demonstram que os níveis de creatina e fosfocreatina retornam aos valores fisiológicos logo após o descontinuamento da suplementação (Casey et al 1996).

Considerações Finais

Em todos os trabalhos analisados a suplementação de creatina não influenciou o consumo e absorção de oxigênio, as trocas respiratórias, o sistema cardiovascular, a quantia de ATP intracelular e a produção muscular de lactato. Entretanto são esses os dados mais importantes para a manutenção de um exercício de duração acima de 2 minutos de duração. Assim a suplementação com creatina pode não alterar a performance da resistência ao exercício, nem modifica a resposta metabólica, assim como a utilização da via glicolítica, durante este tipo de exercício.
Uma análise dos processos de regulação fisiológica da creatina permite ainda concluir que existem várias possibilidades de regulação do metabolismo da creatina. Sendo que altas taxas de biossíntese de creatina são observadas em jovens saudáveis em período de crescimento, em condições de balanço hormonal e anabolismo equilibradas mesmo com uma alimentação sem suplementação de creatina, o organismo é capaz de suprir 100% das necessidades fisiológicas desta com uma dieta saudável.
Pode-se observar após os estudos , que a creatina hipoteticamente pode causar aumento de síntese protéica ,aumento de retenção hídrica, aumento de ressíntese de creatina fosfato, podendo levar talvez a uma hipertrofia.
Em relação as diferenças de resultados nos experimentos , esses podem  ser respondidos, a partir da diferença de metodologia  entre  autores e principalmente entre tempo de cada experimento e população averiguada.
Apesar dos estudos realizados com atletas e indivíduos saudáveis não apontarem nenhum efeito colateral durante a suplementação oral com creatina, existe estudo que demonstra que esta pode interferir nos processos fisiológicos de restauração tecidual. O exemplo das hipervitaminoses deve ser aqui lembrado. O uso de suplementação oral com creatina na ausência de estudos que demonstrem eficácia e segurança a longo prazo , a utilização do produto deveria ser acompanhado por um profissional habilitado (Mahan et al 1994).
Concluimos que a creatina como qualquer outro suplemento alimentar , se utilizada de maneira correta pode levar a ganhos significativos, desde que prescrita de forma séria e ética

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